Quando era pequena,
Todo o mundo era uma seara gigante
Banhada pelo sol preguiçoso
De uma tardinha de Outono.
E para mim, aquele doirado todo
Era mais precioso que todo o ouro do mundo.
Todas as mágoas não passavam
De brisas frias,
Daquelas que mal movem os caules dos cereais,
E os braços da deusa matriarca
Abraçavam a minha alma e aqueciam-na.
Os dias cresceram, entretanto.
Já não vejo tanto dourado ultimamente,
E já nem o prateado da mãe Lua
Tem ainda o mesmo encanto e vivacidade.
Tenho a alma apertada, sufocada
Dentro do meu corpo pequeno.
Mas tenho também mil palavras
Que só eu sei.
Porque naquela tardinha,
Sentada num terraço qualquer
A beber o anoitecer,
Só eu VI aquele dourado,
E laranja, e todas as tonalidades
De um amarelo rico e vivo.
E naquela tarde, todo o mundo ficou mais pequeno.
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de novo, poema antigo. mas estou a tentar (e digo tentar devido ao facto de se apoderar de mim com alguma frequência os dois sentimentos mais ancestrais, o tédio e a preguiça) expôr aqui os meus vómitos mentais, por uma ordem relativamente cronológica. portanto, para chegarem ao poemas relativamente estruturados e razoáveis, têm que ler... em bom português, o que se chama merda. não, não. não sou uma emo, pobrezinha de mim que não tenho ninguém que me ame e essas porras todas. apenas acho estes... poemas... medíocres, comparado com o que escrevo hoje em dia, mesmo que com maior raridade e por vezes em línguas estrangeiras. (sim, gravepisser, eu lembro-me do que disseste acerca do uso da língua tuga na escrita). e sinceramente, quem tem a pachorra de Jó necessária a escrever algo que só umas 3-4 pessoas lerão? em memória dos velhos tempos, dois dedos do meio levantados.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
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